Idea Zarvos & ABERTO
Em mais uma Pílula Arquitetônica em parceria com a ABERTO, homenageamos um dos movimentos arquitetônicos mais relevantes da nossa história: o Brutalismo Paulista.
No século 20, começando com modernistas como Gregori Warchavchik, a arquitetura produzida na cidade de São Paulo ganhou um interesse de escala global por seu caráter vanguardista.
Com o crescimento populacional derivado da imigração das primeiras e segundas guerras mundiais junto a uma economia pulsante, São Paulo se tornou a partir dos anos 1950 uma cidade verdadeiramente cosmopolita. Nos anos 1960, a metrópole continuou a ganhar força com uma forte onda de emigração de pessoas outras partes do país que buscavam uma vida melhor.
A população da cidade foi de 600 mil pessoas no começo dos anos 1920 para 6 milhões de pessoas no começo da década de 1960. Esse crescimento fez com que São Paulo precisasse ser construída as pressas e um material foi vital para esse processo: o concreto.
Gregori Warchavchik começou experimentos com concreto armado na década de 1920. O Edifício Martinelli, primeiro arranha-céu do país e finalizado em 1929, também foi erguido com essa técnica construtiva. A partir do final da década de 1950, quando o Brasil começou a desenvolver obras de uma escala extremamente grandiosa, alguns arquitetos do movimento que ficou conhecido como Escola Paulista, ou Brutalismo Paulista, se destacaram pelo viés inovador no uso do concreto.
Em 1958, Paulo Mendes da Rocha e João de Gennaro ganharam o concurso para projetar o Ginásio do Clube Paulistano. Esse projeto ganhou notoriedade na época por vencer a mais alta premiação da Bienal de São Paulo de 1961. O Ginásio aplicava alguns dos princípios que eventualmente viraram os grandes mantras da Escola Paulista: o uso do concreto aparente, a valorização da estrutura e a simplicidade nas formas.
O Estádio do Morumbi e a sede da FAU-USP podem ser dois dos grandes marcos de Artigas, mas a Rodoviária de Jau é um marco publico em diferentes aspectos. Um outro princípio muito evidente da Escola Paulista era a preocupação social; neste projeto, que envolvia a produção de um aparelho de estrutura logística fundamental, Artigas deu um tom sofisticado para algo vernacular. As colunas aparentes se assemelham a pétalas abertas, formando uma linha de esculturas estruturais.
Não foram só obras de grande escala de surgiram do Brutalismo Paulista. Hans Broos foi um outro arquiteto proeminente do período que desenvolveu diversos projetos com o perfil da Escola Paulista. A Igreja São Bonifácio, localizada na cidade de São Paulo, trouxe para a arquitetura religiosa a serenidade e a beleza estrutural características do movimento.
Entre os mais diversos bons exemplos do Brutalismo Paulista, dois estão abertos para visitação até este final de semana. A Casa-Atelier de Tomie Ohtake, projetado por Ruy Ohtake, e a Casa Chu Ming Silveira, de autoria da própria, fazem parte de ABERTO 3. Não perca a chance de visitá-las e ler os textos previamente aqui divulgados.
No sábado, dia 5 de Outubro, a Idea!Zarvos recebe Rodrigo Ohtake e Alan Chu para debater a influencia oriental na arquitetura Paulistana. Lissa Carmona e Claudia Moreira Sales encerram o evento, abordando a influência do modernismo para criar o futuro hoje.
Te esperamos na Galeria Idea!Zarvos - Rua Sampaio Vidal, 978
Deseja receber em seu e-mail pílulas arquitetônicas como essa?