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Plano diretor 2021: a visão de especialista da arquiteta Priscila Fecher

06 de abril, 2021

Cidade e urbanismo ・ Urbanismo ・ Plano diretor

Se esse é um assunto novo para você, não se preocupe, vamos entender juntos: O Plano Diretor é um instrumento público valioso que diz respeito a cada indivíduo que ocupa a cidade.

É uma Lei Municipal que orienta o desenvolvimento e crescimento da cidade, para atender às necessidades coletivas da população, diminuir as diferenças, distâncias e desigualdades e melhorar a qualidade de vida de todos, tornando a cidade mais inclusiva, além de prever o crescimento econômico e a qualidade ambiental.

O atual plano propõe, por exemplo:

・ Mais moradias e oportunidades de trabalho próximos ao transporte público, para que mais pessoas tenham acesso a ele.

・ Estimula construções com usos mistos e fachadas ativas (lojas no térreo), alargamento dos passeios públicos, e espaços livres e verdes entre quadras, para uma cidade mais convidativa para o pedestre.

・ Preservação das características dos bairros, estimula a construção das habitações sociais, além de demarcar as áreas de proteção ambiental do município.

Estes são apenas alguns dos temas tratados.

Em 2021 o Plano Diretor de São Paulo faz 50 anos, mas temos uma cidade muito diferente desde a criação da sua primeira versão, escrita em 1971. Contávamos na época com uma população paulistana de 5,9 milhões de habitantes - hoje, somos mais que o dobro, 12,3 milhões!

O Plano vigente foi definido em 2014 e a revisão, prevista para este ano, ainda não tem data exata para acontecer. A Prefeitura tem até o fim desse ano para enviar a Câmara um projeto de lei com as revisões. Como a cidade é muito dinâmica, há sempre a necessidade de parar, olhar, entender, analisar o que deu certo e o que pode ser melhorado, e estamos exatamente nesse momento.

Para uma cidade inclusiva, precisamos da participação de todos – e quando eu digo todos, quero dizer todos, mesmo. A cidade é nossa, ela não pode ter apenas a visão das construtoras, incorporadoras ou de empresários. A cidade precisa de todos nós, precisa das Universidades envolvidas, associações de bairros, poder público e de você que está lendo este texto. Precisamos ser participativos porque São Paulo diz respeito a todos nós.

Não participar desse momento é similar a fazer a viagem dos sonhos, mas deixar uma agência de turismo decidir tudo por você, inclusive o destino.

A partir de abril a Prefeitura deve realizar o chamamento público para organizar as entidades da sociedade civil interessadas em participar do processo.

Na minha opinião, a cidade ideal é aquela onde todos se sentem pertencentes. Portanto, fica aqui um convite para você se apropriar do que é seu – e será das gerações futuras. Quanto mais diversa a participação, melhor será a nossa São Paulo.

Vamos juntos?

Sou Arquiteta formada pela Faculdade Belas Artes de São Paulo e pós-graduada no Mackenzie no curso O projeto arquitetônico na cidade contemporânea.

Sempre fui apaixonada por urbanismo. No meu trabalho de conclusão de curso propus a criação de um parque, no lugar de um muro, para diminuir a distância e diferenças entre São Caetano, município com melhor IDH de São Paulo e Heliópolis, maior favela de São Paulo. O muro continua por lá, mas sigo acreditando em uma cidade sem muros.

Trabalho com aprovação e legislação urbana desde que me formei. Exatamente hoje completo 8 anos de Idea!Zarvos, empresa que abriu meus horizontes e me mostrou que independente do lugar que ocupamos, podemos fazer além.


*Este conteúdo foi produzido por Priscila Fecher e não reflete a opinião e posicionamento da Idea!Zarvos.*

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